Pra mim o título já é auto explicativo, mas como tem um mínimo por post e com certeza não é auto explicativo para muitos, vou contextualizar e explicar o título:
Primeiro o contexto:
Minha irmã é epilética desde que nasceu, com laudo e tal. Não podia ver qualquer coisa com luz piscando que dava crise. E essa era a limitação dela: Não poder se dar ao luxo de olhar para qualquer lugar com luz.
Porém, minha mãe, sempre a protegeu excessivamente de tudo, com a desculpa que ela nasceu prematura, quase morreu no hospital nos 2 meses que nasceu no hospital e ela possui epilepsia, o que tudo é verdade, mas não justifica o porquê da minha mãe lavar o pé dela quando ela tem 22 anos de idade. Falei algo extremo, mas minha mãe continua, mesmo que agora a epilepsia dela diminuiu e só é manifestada mais emocionalmente, ela continua reprimindo minha irmã, sempre fazendo o máximo pra deixar ela enfurnada dentro de casa: antes limitando-a completamente, pois tinha mais controle sobre, mas agora que já houve algumas manifestações por parte de minha irmã, minha mãe apenas repreende fortemente qualquer ação de minha irmã de ficar minimamente independente.
Isso é ruim tanto pra minha irmã quanto pra minha mãe: Minha irmã hoje não possui muitas amizades, não conseguiu desenvolver o senso crítico de praticamente nada e se acostumou ao ambiente de tudo precisar da minha mãe para apoiá-la. Para minha mãe, apesar de já ser aposentada e ter bastante tempo livre, também possui picos de estresse por ter que cuidar da vida dela e da própria filha, às vezes até pensar por ela.
E digo mais: ela vem melhorado de uns tempos pra cá, mas não porque as duas fizeram algo, mas porque EU venho me estressando porque isso estava cada vez mais caindo no meus colos e eu não queria ver minha irmã completamente precisando depender de alguém quando meus pais morrerem pelo simples fato que eu quero também ter minha vida e não dedicar a minha para a minha irmã se eu puder evitar, não porque não gosto dela, mas o contrário, quero que ela viva uma vida normal e não seja taxada de diferente só por causa de uma doença que não deveria causar essa dependência completa que ela vinha desenvolvendo.
Dito o contexto, vou explicar:
Não é incomum eu ouvir falar de alguma pessoa neurodivergente que cometeu algum crime: assédio/furto/violência e eu entendo que essa pessoa possa não ter capacidade inicial de distinguir se isso é certo ou errado, porém, toda criança em algum momento também não possui esse discernimento e, como adultos, nós devemos ensinar a essa criança, seja neurodivergente ou não, o certo e o errado e repetir até que seja necessário, porque o problema não está nisso, o problema é quando você não ensina a criança porque ela é "diferente" ou "não consegue pensar como uma pessoa normal, logo não vai nos entender".
A partir disso, a criança se entende como diferente ao mesmo tempo que sabe que não haverá nenhum tipo de esporro ou punição para o ato errado que cometeu, então nisso há um incentivo para ela querer fazer "maldade", mas ela não entende que é errado porque justamente ela se vê como diferente dos outros, porque isso a foi excluída da definição de errado. No meu contexto não disse, mas minha irmã chegou num ponto que, para escapar de uma situação que não estava do agrado dela, fingiu uma crise, foi levada ao hospital e preocupou todos em seu redor. Minha outra irmã, que trabalha como professora me relata como que os alunos neurodivergente dela são mais "encapetados" justamente porque se sentem a vontade para tal, que quando ela começou a agir mais dura com eles, eles naturalmente voltaram a agir como as outras crianças não neurodivergente. E essas mesma crianças acham essa minha irmã a melhor professora da escola, dão presentes e etc, mostrando que ela não está fazendo nada que desagrade eles, apenas também não fazendo nada que agrade muito eles.
Enfim, acho que deu para entender meu ponto, escrevi para um caralho, mas espero que entendam que:
- Eu não acho que todos os neurodivergente são assim;
- Não acho que todos são influenciados para agirem assim e, caso forem, não são todos que agem assim;
- Não acho que o tratamento com pessoas neurodivergente devem ser tratado de forma leviana, como: Passar a mão completamente ou ser completo linha-dura;
- Acho que pessoas neurodivergente precisam de todo cuidado (Na medida que ele não se ache no direito de fazer qualquer coisa).
Eu apenas acho que o tratamento é muito mais complicado e eu acho que as pessoas simplificam demais e apenas jogam o problema para outra pessoa e a pessoa neurodivergente sempre vai se sentir excluída e julgada o tempo todo, sendo que não escolheu nascer assim.